terça-feira, 4 de agosto de 2009

RÔCHINHA CANTORA


Olinda Maria dos Santos nasceu no dia 19 de setembro de 1928 na Casa de Saúde Santa Luzia, na Praça XV, centro do Rio de Janeiro. Ao nascer, o médico que realizou o parto de sua mãe exclamou: - Minha roxinha! Essa história foi contada por sua mãe para todos ao retornar para casa e assim surgiu, desde recém-nascida, seu apelido, que foi mantido como nome artístico, porém trocando o x pelo ch. Sua família então residia, na época, no Campo da Botija, bairro da Piedade. Ainda bem menina gostava de se exibir cantando e dançando sambas na Escola de Samba Verde e Branco, na Piedade. Quando tinha 8 anos de idade foi salva de um incêndio no barracão da Portela, na época funcionando na Portelinha (o grande Paulo da Portela era o presidente) por ocasião de uma festa na qual a Portela se tornava oficialmente madrinha da Verde e Branco, escola na qual Rochinha desfilou pela primeira vez, na Av.Rio Branco. A partir daí, sua mãe, amendrontada com o acidente, não mais permitiu que a filha freqüentasse o samba. Somente aos 18 anos ela voltou a participar de rodas de samba no conjunto “Unidos de Cascadura”. Lá se reuniam bambas como Jamelão, o violonista Clóvis (falecido recentemente e que comandava o “Meu Cantinho”, na Penha), David do Pandeiro, Ronaldinho (cavaquinho), Charles (violão), Claudionor Cruz e outros. Cantavam sambas e serestas. Estas reuniões eram freqüentadas também por músicos e compositores da Portela. Foi aí que Rochinha se tornou portelense, inicialmente apenas como espectadora. Porém chegou a cantar lá numa roda
organizada pelo Ari do Cavaco. Algum tempo depois, já casada com o músico pandeirista Claudionor dos Santos, o Nonô, que tocava no “Unidos de Cascadura”, começou a cantar com o conjunto em vários lugares. Com Nono, Rochinha teve 7 filhos naturais e 3 de coração. Em 1994, passou a integrar o quadro de cantores da Rádio MEC, inicialmente num coral regido pela maestrina Gunara Bochinno e depois nos programas produzidos por Adelzon Alves.
Formou-se em Educação e exerceu também a profissão de orientadora de Trabalhos Manuais que na época era matéria obrigatória nas escolas. Trabalhou também como auxiliar de serviços médicos. Com 80 anos, ainda é militante atuante brigando pelos direitos dos funcionários públicos no SINTRASEF, local onde inclusive já se apresentou cantando em um show.
Participou, como cantora, de espetáculos nos seguintes locais: inauguração da Praça Mauro Duarte, Asa Branca, Portelinha, Clube Rocha Miranda, Atlético Clube de Vila Izabel, Barracão Zero (na roda de samba do compositor Bandeira Brasil), SESC Madureira (por 3 vezes), Clube Mackenzie, Canto da Baixada (do cantor e compositor Osmar do Breque), Café Cultural (na roda do cantor e compositor Pecê Ri- beiro), Paulistinha, Renascença, América (com Rubens Confete), Beco do Rato, no Rodeio anual de Araruama (onde ganhou um troféu), e muitos outros.
Atualmente juntou-se ao projeto “Canto da Fofoca”, apresentando-se no Bar da Adelina, na roda de samba “O Samba UNE”, no SESC Madureira (evento Geisa Ketti e Convidados), e na Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UEE/RJ. Continua seu trabalho na Rádio MEC AM, onde pode ser ouvida todos os domingos, no programa de Adelzon Alves “MPB de Raiz”, entre 9 e 11 hs. da manhã. Canta também na Rádio 1440 AM e na Rádio Atlântica FM de Itaipuaçu.
Com toda essa bagagem, infelizmente Rochinha nunca gravou um disco. Mas como se trata de uma mulher guerreira, sabemos que ela ainda poderá realizar este projeto.
Saudamos e aplaudimos esta senhorinha simpática que com a idade que tem jamais se cansa de cantar e divulgar o que há de melhor em nossa cultura, em nossa mais pura arte, em nossa música brasileira e carioca, o Samba. Parabéns Rochinha!!! Homenageada no SambaUne em 13/12/2008.

Foto de Irany

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