quarta-feira, 28 de outubro de 2009

HOMENAGEM AO ZÉ KETTI

Cantores, Compositores, Músicos e público que homenagearam Zé Ketti no Sambaune em 24/10/2009.
Obrigada a todos!!!

Tânia Machado

Ruth, José Sotério e Onésio Meirelles

Rochinha, Inês e Maurinho Duarte Neto

Pessoal da Mangueira com Genuino da Velha Guarda(de mão na cabeça), Ruth viúva do Darcy da Mangueira( de vestido preto e branco, sentada) e José Sotério Vice-Presidente da Mangueira

Pecê Ribeiro

Osmar do Breque e uma fã

Geisa Ketti e Rochinha Cantora

Geisa Ketti e Renato Fialho

Geisa Ketti e Onésio Meirelles

Carlos Alberto Portela

Beto Fininho da Portela

Conjunto Unesamba



Fotos de irany

ZÉ KETTI
Seu verdadeiro nome José Flores de Jesus. Nasceu no bairro de Inhaúma, Rio de Janeiro, em 16 de setembro de 1921, falecendo nesta mesma cidade em 14 de novembro de 1999. Seu nome artístico surgiu na infância quando era chamado de Zé Quietinho ou Zé Quieto, adotando mais tarde Zé Ketti. Em 1924 foi morar com seu avô em Bangu, que promovia em sua casa reuniões musicais com a participação de grandes nomes de nossa música. O pai, cavaquinista e o avô flautista e pianista foram suas primeiras influências. Em 1937 foi morar em Bento Ribeiro passando então a freqüentar a Portela onde em 1945 ingressou na ala dos compositores. Em 1954 foi para a União de Vaz Lobo, retornando à Portela no início da década de 1960. No início dos anos 1970 foi para São Paulo e em 1995 voltou definitivamente para o Rio de Janeiro. Em 1939 foi pela primeira vez ao Café Nice, centro da boemia carioca, levado por Luiz Soberano e lá conheceu Lúcio Batista, Geraldo Pereira e Francisco Alves. Compôs sua primeira marcha carnavalesca entre 1940 e 43 – “Se o Feio Doesse”. Sua primeira música gravada foi “Tio Sam no Samba”, parceria com Felisberto Martins. Em 1947 Cyro Monteiro gravou “Vivo Bem”, parceria com Ari Monteiro e em 1951, seu primeiro grande sucesso: o samba “Amor Passageiro”, parceria com Jorge Abdala, na voz de Linda Batista. Sucederam-se outras gravações inclusive a conhecida composição “Leviana”, escrita com o parceiro Amado Régis, gravada por Jamelão em 1954. Em 1955 o samba “A Voz do Morro”, gravado por Jorge Goulart com arranjo de Radamés Gnatalli fez enorme sucesso na trilha musical do filme “Rio 40 Graus” de Nelson Pereira dos Santos. Note-se que essa canção tornou-se um dos hinos da cidade, cantada sempre com empolgação em todos os redutos do samba carioca. Outras gravações de artistas famosos aconteceram: em 1956 Marlene gravou “Samba Rasgado” e Hélio Chaves os sambas “A Voz do Morro” e “Assim É o Morro”; em 1957 Marlene gravou “Quero sambar” ; “Malvadeza Durão” e “Foi Ela” foram incluídas no filme “Rio Zona Norte” também de Nelson Pereira dos Santos; em 1958 o samba-canção “Flor do Lodo” foi gravado por Jorge Goulart e incluído no filme “O Grande Momento” de Roberto Santos; Moreira da Silva lançou o samba “Desprezo”, parceria conjunta; “Carinho Diferente”, com Benil Santos, foi gravada pelo cantor Gasolina; em 1959, Germano Matias regravou “Malvadeza Durão”, mais tarde, na década de 1960, gravada por Elizeth Cardoso e Nara Leão; em 1960 Jorge Goulart gravou “Não Sou Feliz”, parceria com Nelson Cavaquinho; em 1962 teve músicas incluídas na trilha do filme “O Boca de Ouro” de Nelson Pereira dos Santos; em 1964 Zé Ketti gravou o LP “Roda de Samba” integrando o conjunto “A Voz do Morro” juntamente com Paulinho da Viola, Élton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Anescar do Salgueiro, Nelson Sargento, Oscar Bigode e José da Cruz, formado em 1963.
Zé Ketti foi diretor musical do famoso Zicartola, importante casa carioca na década de 1960, de propriedade da dupla Cartola e D. Zica e que reunia, naquela época, intelectuais e sambistas cariocas. Conheceu ali o compositor Carlos Lira com quem compôs o “Samba da Legalidade”. Em seu primeiro disco a cantora Nara Leão gravou o maravilhoso samba “Diz Que Fui Por Aí”. Em 1964, ao lado de Nara Leão e João do Vale, apresentou-se no show “Opinião”, um espetáculo cujo conteúdo protestava contra a ditadura militar.
Ainda em 1964 Nara Leão gravou “Acender as Velas”, mais tarde gravada também por Elis Regina. Neste mesmo ano o próprio Zé Ketti gravou um compacto simples contendo o samba “Nega Dina”. Recebeu também o troféu Euterpe como o melhor compositor carioca e juntamente com Nelson Cavaquinho, o troféu O Guarany, como melhor compositor brasileiro. Em 1965 teve músicas suas incluídas no filme “A Falecida” de Leon Hirszman e foi lançado o segundo LP do grupo “A Voz do Morro”. Em 1966 algumas composições suas fizeram parte do filme “A Grande Cidade” , de Carlos Diegues e foi também lançado o terceiro disco do conjunto “A Voz do Morro”.
Em 1967 a marcha “Máscara Negra” gravada por ele mesmo e também por Dalva de Oliveira foi vencedora do carnaval no 1º Concurso de Músicas Para o Carnaval, criado pelo Museu da Imagem e do Som, tornando-se grande sucesso nacional. Em dezembro deste mesmo ano venceu o mesmo concurso com a música “Amor de Carnaval”. Em 1968 foi eleito Cidadão Samba e o cantor Paulo Marquez gravou um disco em sua homenagem intitulado “Diz Que Fui Por Aí”; em 1969 venceu o carnaval como intérprete da marcha-rancho “Avenida Iluminada”.
Em 1970 fazia parte da ala dos compositores da Portela junto com sambistas do mais alto nível como Paulinho da Viola, Monarco, Wilson Moreira, Candeia, João Nogueira, entre outros. Ainda em 1970, Paulinho da Viola fez sucesso com seu samba “O Meu Recado”. Em 1971 lançou o LP “Os Grandes Sucessos de Zé Ketti”. Em 1973 lançou o LP “Zé Ketti”. Em 1975 participou da remontagem do show “Opinião”. Em 1976 mudou-se para São Paulo onde se apresentava em vários shows. No mesmo ano ganhou da Riotur o prêmio de melhor compositor carnavalesco com o samba “Amor e Fantasia”. Em 1979 lançou o LP “Identificação” e em 1982 gravou um novo disco relançando seus antigos sucessos.Em 1990 estreou o show “Estamos Vivos – Uma Questão de Opinião”, em São Paulo, e em 1993 escreveu e montou com a colaboração de Maria da Penha Varella o espetáculo “Opinião Pública”, também em São Paulo. Voltou para o Rio em 1994 recebendo no ano seguinte um troféu da Câmara dos Deputados do RJ. Em 1996 lançou o CD “75 Anos de Samba” com participação de Zeca Pagodinho, Monarco, Wilson Moreira e Cristina Buarque mesclando antigos sucessos com músicas inéditas. Ainda em 96 apresentou-se ao lado de Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela e recebeu a medalha Pedro Ernesto nas comemorações dos 30 anos do Teatro Opinião. Em 1997 o cantor Zé Renato lançou com sucesso o CD “Natural do Rio de Janeiro” com 14 músicas de Zé Ketti e ainda em 1997 recebeu homenagem da Portela em reconhecimento pela sua obra e participou da gravação do disco “Casa da Mãe Joana”. Em 1998 ganhou o Prêmio Schell pelo conjunto da obra, em uma noite de gala no Canecão.
Em 2001, após sua morte, foi lançada uma biografia sua assinada por Nei Lopes para a coleção “Perfis do Rio” e neste mesmo ano o CCBB manteve por um mês inteiro uma série de 4 espetáculos sobre toda a sua obra, inclusive com uma exposição de fotos de sua vida e carreira. Em 2007 foi lançado um DVD da coleção Ensaio da TVE e, por último, foi homenageado pelo Prêmio Tim de Música quando várias de suas composições foram interpretadas pelos grandes nomes da música popular atualmente.
Zé Ketti foi um dos nossos grandes compositores populares. Citar aqui toda a sua obra seria impossível tal a quantidade de parceiros, canções, gravações, shows, peças teatrais, poesias, discos, filmes, etc. que a compõe. Assim sendo, cremos, o resumo biográfico acima pode servir perfeitamente como guia para que possamos pesquisar , ouvir e conhecer alguns aspectos do precioso acervo deste grande sambista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário