quinta-feira, 17 de setembro de 2009

ALMA NEGRA

Ex-integrante do famoso conjunto “Cantores de Ébano”, Alma Negra, conforme ele próprio prefere ser chamado, nasceu em Carangola, MG, em 27 de setembro de 1957. Seu apelido surgiu quando integrou-se ao conjunto formado por negros que eram então comparados a uma espécie de madeira nobre originária da África, de cor negra, o ébano, cuja resistência e qualidade são tais que, por exemplo, se mergulhada na água, pode durar até um século sem se desbotar.
Recebeu na infância a influência de seu pai que tocava viola ponteada. Veio para o Rio de Janeiro ainda bem jovem arranjando emprego na confecção de Alice Tapajós, irmã do violonista Sebastião Tapajós, em Botafogo. Aos 16 anos Alma Negra já integrava a banda da Escola XV de Novembro, em Quintino, tocando trompete. Nesta banda familiarizou-se com as notas musicais, estudando lá, também, o canto.
Em 1970 faleceu o cantor Noriel Vilela que fazia a voz de baixo profundo nos “Cantores de Ébano”. Aníbal dos Santos Gonzaga e o maestro e tenor Nilo Amaro, integrantes do conjunto, necessitavam recolocar aquela voz que era fundamental para a identidade do grupo. Certo dia, na hora do almoço, Alma foi apresentado à Nilo Amaro que após uma pequena conversa concluiu possuir aquele a voz que faltava ao conjunto e assim o convidou imediatamente a participar do grupo. Ao ser contratado (1977) viajou imediatamente para uma apresentação no Teatro Guaíra, em Curitiba. Com os “Cantores de Ébano” viajou por todo o Brasil e vários países da Europa como Portugal, França, Suíça, Alemanha e outros.
Cantou com os “Cantores de Ébano” até 1994, quando decidiu seguir carreira solo na noite paulista. Como compositor trabalhou em parceria com Osvaldo Arouche, Valtinho da Ladeira e Sidney Coragem, em São Paulo. No Rio de Janeiro, Vavá da Vila, Beto de Alabê, Wilson Calazans, Alaor Macedo, Hélio de Souza, Chiquinho da Cachoeirinha, Dodô dos Prazeres dentre outros foram seus parceiros
Sempre dedicado ao verdadeiro samba, a partir de 1994 Alma Negra apresentou-se em vários locais espalhados por todo o Brasil, voltando definitivamente para o Rio de Janeiro em 1996.
Algumas de suas músicas foram gravadas: “Velho Tronco da Fazenda” em parceria com Beto de Alabê, gravada por Célia Silva com produção de Rildo Hora, J. Morais e Jorge Cardoso; “Penitência” gravada por Antônio Carlos e Jocafi; “Cadência do Samba”, “Vaca Magra” e “Mineiro Uai”, ambas em parceria com Alaor Macedo, gravadas pelo próprio Alma Negra; “Sentimento de Amor”, parceria com Wilson Calazans gravada por Sam Rodrigues; “Paguei Pra Ver” e “Força da Guiné”, esta última em parceria com Dodô dos Prazeres, gravadas pelo grupo “Samba Lá de Casa”, e outras. Com os “Cantores de Ébano” participou da gravação de cerca de 16 discos. Gravou pela Sony um CD chamado “Swing e Paixão”. Participou e venceu algumas edições do Festival de Fave- las do Rio de Janeiro com as músicas “Cadência do Samba” e “Subindo o Morro”.
Dados biográficos concedidos pelo Alma Negra em entrevista ao "O Samba Une" em 06/09/2009)

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